À CHUVA!

À CHUVA!

Cai a chuva lá na rua

Ping, ping…tchoc, tchoc

Que ideia será a sua?

Queria sair…mas que choque…

Não faz mal, chover era tão urgente

Para alegrar essa gente.

Porque a chuva é essencial…

Lava as asas aos passarinhos

Refresca-lhes os seus ninhos

E os nossos pensamentos

E por alguns momentos

Senti-la é tão natural!

Cai a chuva nos beirais

Ping, ping…Tlim, tlim

Arre porra que é demais

Quero passear no jardim!

Deixa lá...chover é necessário!

Pra lavar as asas às borboletas

E as pedras da calçada

Que já estavam a ficar pretas!

A serra fica cerrada

Não se vendo quase nada

Desse enorme arvoredo

Chuva em grandes enxurradas

Chega a meter-nos medo!...

Cai a chuva em paralelo

Tchoc, tchoc…Tlim, tlim

Já estou pelo cabelo

Mas não posso ficar assim!

É preciso esperança

Porque a chuva…

Também alegra uma criança.

Que quando alguém a chama

Ela responde: - estou a brincar na lama!

Água benta que do céu cai

Para os poços, para as fontes

Para as ruas, para os montes

E de novo pró mar vai!

Cai a chuva…Sorte essa

Ping, tchoc…Tlim, tlim

Pra sair já não há pressa

Mas espero que um dia

Ainda se lembre de mim!...

Assume vários feitios

Cai nos lagos e nos rios

E em grandes desvarios

Age sempre com frieza!

Em conjunto com o vento

Deixa soltar um lamento

Filha da mãe Natureza!

Cai a chuva na calçada

Pinga, pinga…estou no fosso

Mas que tarde mal passada

Quero sair, já não posso.

Não há mal…Ela faz falta

Para alegrar esta malta.

O camponês já chorava

A mulher desesperava

E eu? …triste me sentia

Pensando: …Será que um dia

Vou desesperar e sofrer

Por causa de não chover?

Cai a chuva no telhado

Tchoc, tchoc…Ping, ping

Já estou a ficar cansado

Pois quero jogar no ringue!

Espero mais um instante

Pra que pare de chover

Se fogos por aí houver

Sem chuva é delirante!

Chuva, bendita princesa

Podes nossos olhos lavar

Possuis alguma beleza

E nunca irei ficar triste

Por não poder passear!...

Vai caindo de leveza

Como granizo, como neve

Vai caindo ao de leve

Que eu fico sentado à mesa

Ouvindo o teu tilintar!

Se não sair à tardinha

Saio depois do jantar!...

Há algo que sempre importa

Se nunca poder sair

Fico à janela ou à porta

A ver chover…E sorrir!

O Poeta Alentejano
Enviado por O Poeta Alentejano em 03/12/2006
Código do texto: T308410
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