Asas de Bronze

Vi quando a felicidade voou pra bem longe

Com os olhos de lince e as asas de bronze

Com as mãos de falcão acenando pra mim

Levou toda a fecundidade que tinha meu corpo

Fez ficar bem mais frio o suor do meu rosto

Vi corvos no deserto num grande festim

Eu que nunca tive medo de ser assaltado

Sei que a sorte um dia ficará do meu lado

Pra pelo desamor não ser surpreendido

Deixei que as balas passassem do lado direito

As flechas do cupido erraram meu peito

E o meu coração não será mais ferido.

Corri por montanhas e vales pelo teu carinho

Um Aquiles sem asas, um Pégaso sem arminho

Não caí nos glaciares e não congelei

Voltou com a meiguice que um dia cobrou o meu peito

Fez ficar mais macio o lençol do meu leito

Coroado eu fui com as pompas de um rei

Então a vida só castiga quando um desatino

Transforma a madrugada em um belo menino

E as sas de bronze são cera, eu sei.

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 08/07/2011
Código do texto: T3083754
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