PORTA ENTREABERTA

Veja pois que não fechei a porta.

apenas o meu desgastado coração.

Sinta o silencio que prorrogo calado.

Chega de ser entre nós o vilão.

Range as dobradiças mas não fecha

O vento balança sibilante sua bandeira.

Mas olho pela janela um vão distante.

É o mesmo vento a balançar uma paineira.

Tênue luz invade o escuro cômodo.

única coisa que entrou depois de voce.

A luz quer quem sabe me iluminar.

me tirar das trevas. que me fazem sofrer.

Não há o que se dizer se as mágoas disseram,

aos brados rancores que abriu o abismo.

esse sim com abertura maior do que a porta.

nascendo o antônimo de paixão e lirismo.

Pouco importa o destino além da porta.

Distantes como ficaremos. sem sentido.

Martelei minha memória noites a fio.

para acabar assim. Alguém desiludido.

Terei que ensaiar para um novo amor.

Entender que contudo a vida é bela.

Seu olhar não merece me ver magoado.

Veja a porta entreaberta e saia por ela.

Pacomolina
Enviado por Pacomolina em 08/07/2011
Reeditado em 11/08/2011
Código do texto: T3083640
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