PORTA ENTREABERTA
Veja pois que não fechei a porta.
apenas o meu desgastado coração.
Sinta o silencio que prorrogo calado.
Chega de ser entre nós o vilão.
Range as dobradiças mas não fecha
O vento balança sibilante sua bandeira.
Mas olho pela janela um vão distante.
É o mesmo vento a balançar uma paineira.
Tênue luz invade o escuro cômodo.
única coisa que entrou depois de voce.
A luz quer quem sabe me iluminar.
me tirar das trevas. que me fazem sofrer.
Não há o que se dizer se as mágoas disseram,
aos brados rancores que abriu o abismo.
esse sim com abertura maior do que a porta.
nascendo o antônimo de paixão e lirismo.
Pouco importa o destino além da porta.
Distantes como ficaremos. sem sentido.
Martelei minha memória noites a fio.
para acabar assim. Alguém desiludido.
Terei que ensaiar para um novo amor.
Entender que contudo a vida é bela.
Seu olhar não merece me ver magoado.
Veja a porta entreaberta e saia por ela.