Café da Tarde
Eu sou a rapa do bolo.
Eu sou o farelo do pão.
Que surgiu das mãos dos tolos
Pra alimentar os porcos da nação.
Quem se importa com o que digo
Quando roubam o meu chão?
Se não me queres como amigo,
Não me chame de irmão.
Não reclame se o mundo te isola,
Pois nem tudo é solidão.
Tristeza é a dor que assola
Quando fere o coração
Eu sou a rapa do bolo
Que todos esquecerão.
Se não queres que haja essa sobra,
Não faça um bolo então.