LOUCA

A manhã já não tarda a se erguer..

E ela não dá manha..

Não deixa o tempo morrer...

Não perde a hora de viver..

Em lugar qualquer que não seja.. o samba..

E pra quem se interessa..

Não faz regra em dizer..

Que é louca..

Louca de pedra

Pedra que não se pode vender..

Pedra..que não precisa lapidar..

E o que dirá...

De polimento..

Se o seu maior alento

Sempre foi desatinar..

No meio da rua..

Ou numa poça de chuva..

Onde ela pisa na Lua..

Só pra se esbaldar..

Nessa condição que encanta..

Na cadência do samba.