A outra gênese
Da sentença de um xamã
Deu-se a crença de um clã
Se guerreiro perder o baio
Todo o povo se fará lacaio
Para livrar-se da servidão
Em toda porta um amuleto
Com uma chave do grilhão
Sobre o vaticínio em texto
Zarg, um herói a ser um rei
Seguia Lanja sua escolhida
Sem ver o povo de Hermida
Levar o baio, perdeu o grei
A sentença a todos atingiu
O amuleto permitia a fuga
Da família, da vaca e do cio
Da dor, do prazer e da rusga
De culpa se impôs flagelo
Negou-se a todo o apelo
Assistiu vazia a sua aldeia
Vergonha fez-se a sua peia
Zarg que fez o mundo oco
Andava a esmo feito louco
Viu como se em alucinação
Lanja trotar em um alazão
Nada um ao outro foi dito
Só as almas pediam perdão
Êxodo inverso em remissão
De volta ao útero bendito