Transparência (Republicação)

Esther Ribeiro Gomes

‘Entre pedras que me esmagavam,

levantei a pedra rude dos meus versos’

(Cora Coralina)

Ai de mim, por que eu sou assim?

Quem me conhece, desnuda minha alma,

a verdade está escrita no meu rosto...

Não sei dissimular, sou real e sou inteira!

Tanta desilusão por ter aberto o coração!

Não consigo disfarçar o que sinto na alma...

Quantas vezes percebi o sorriso irônico,

a crítica enrustida, a censura velada...

Preferem a hipocrisia, a falsidade...

O que interessa é alimentar a vaidade!

Não uso máscara, sou autêntica, sou sincera,

não consigo esconder o que sinto no coração

e sofro, convivendo nesse palco de ilusão!

Quando eu partir, dirão que fui simplória,

mas esta é minha vida, minha história...

Erros, quem não os comete?

Quantas decepções já passei,

tantas lágrimas derramei!

Mas gostaria que todos soubessem,

que um dia acreditei no ser humano...

Talvez tenha sido ingênua, pobre de mim!

Mas joguei limpo, sem cartas na manga.

Fui transparente até o fim!

Esther Ribeiro Gomes
Enviado por Esther Ribeiro Gomes em 07/07/2011
Reeditado em 07/07/2011
Código do texto: T3081031