pobre de ti

embargas tua voz

quando falas de mim

quando falas de amor

quando falas de nós

amargas saudades inquietas

uma vontade imensa

de rever o passado

já tão passado

já tão distante

lembranças dilacerantes

enquanto arquitetas

enquanto cultivas semblantes

de abandono

de falta de sono

de falta de ar

passas o teu tempo sózinha

absorta

com os olhos longe

olhando o mar

desde logo depois que eu parti

com uma esperança maldita

de não sei de onde

um dia eu voltar

pobre de ti

nunca mais verás o meu barco

nunca mais me verás ancorar

nunca mais me terás

no teu quarto

nunca mais

nunca mais me sentirás

te abraçar

minhas mãos estão nuas

agora são só minhas

não sabem mais das tuas

minha voz calada

já não pronuncia o teu nome

dos meus olhos

lentamente tua imagem some

já não és a mulher amada

não sou mais o teu homem

jose luis lacerda
Enviado por jose luis lacerda em 07/07/2011
Reeditado em 07/07/2011
Código do texto: T3080765