FRÁGIL

Tenho poucos minutos

Para deixar

Que a fragilidade

Me alcance

E faça dos meus olhos

Espelhos

Que reflitam

A noite passada

E faço pouco caso

Do que sinto

Enquanto a fogueira

Da saudade queima

Meus dedos

Escrevo, escrevo, escrevo

Numa linha tempo-espaço

Uma fonte inesgotável

De mim

Molha minhas mãos inflamadas

Das letras feitas de ausência

Início e fim

Coragem e medo

Azul e negro

Num atalho de enganos

O caminho curto para a felicidade

Faz-se longo agora

Escuro.

E eu

Não iluminaria

Nem que levasse

O sol em minhas mãos

Portanto,

Finda-se o tempo

E os poucos minutos que eu tinha

Para sentir-me assim...

Frágil