VERSOS DE ÉTER
Sigo entoando canções nostálgicas
Que só eu conheço
Me lanço
Num abismo de cores novas
Na pluralidade dos meus sentidos
Isenta de qualquer culpa
Volto a cometer o ato
Devasso
Intenso
Criminoso
[O meu querer é líquido
Transformando-se em vapor
E reescrevo com éter
A nossa história de amor]
Sou alguns versos perdidos
Escritos num ônibus
Com caneta sem tinta
E papel transparente
E caminho...
Com a multidão de carentes
Entro na fila
E permaneço por horas
Numa saudade negra
Sem finalidade alguma
Mas,
Receio
Retomo
Renovo
Na combinação dos signos
Na caligrafia indecifrável
Nos mistérios que toda mulher tem
Escrevo um poema invisível
E leio em voz alta
Enquanto dormes
E sonhas comigo