PIO
Não sonhei.
Claras belas, cândidas bárbaras.
A mancha preta
do querosene do candeeiro.
A fuligem nos pulmões do meu amor.
Azinhavre sobre a pele.
Tem é dor de cabeça.
um pouco de água, um copo.
Tome-me o corpo,
e o que mais remedia
Coma-me o gosto, a alegria...
Era pela vida
que passava a minha aflição.
Sob a escuridão da íris
a sombra da torre
da rede record de televisão.
Como se piscasse a cabeça.
Sente a pulsação
no cérebro desidratado.
O último copo sujo sobre a pia
é matéria, do modo mais pio.