Ilusões no deserto

Ontem eu chorei.

Chorei de felicidade, por voltar a sentir a vida fluindo em mim

Achava-me em pedaços e audaciosamente viajei pelo tempo, pelas lembranças mais sutis

Sufoquei meus sentidos mais torpes

Vi o que há de melhor e de mais terrível nas pessoas

Vi camadas encobertas e profundas de almas sendo arrastadas

pelos ventos fortes do deserto

Vi-me completamente nua, despida

Eis-me aqui, eis-nos lá, vendo miragens em um deserto

Outrora, minha vida era rica em humores

Idas e vindas, mas basta! – ergo hoje minhas fronteiras

Só eu luto nessa luta...

Meu deserto acalmou guerras implacáveis,

nas batalhas incessantes pelas ilusões da mente

E, pelos recantos desérticos,

Fui destemida, usei a força das minhas muitas vidas

E de batalha em batalha, encontrei o escultor

Hoje, estou renovada

Fui esculpida a ferro e fogo por mãos invisíveis,

Retalhada, recriada, reinventada

Chamei de volta à existência esperanças, sonhos e até amores

Restaurei minhas fortalezas abatidas

E, nunca mais me atrevo a perder a jóia mais preciosa do escultor: a escultura

A obra mais perfeita e admirável – a Vida

“O que a lagarta chama de fim do mundo, o mestre chama de borboleta.” (R. Bach)

Janna Olliver
Enviado por Janna Olliver em 06/07/2011
Reeditado em 20/10/2011
Código do texto: T3079764
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