CONTOS DE ARAGÂO

Amanheceu o dia

Valei-me pai de todas as dores

Das causas, dos amores.

Clareou o dia...

Desfez-se o orvalho

A alegria de dois ou três vigários

Santa que desconheço

Amenizais meus pecados

As culpas esquecidas

E os mortos já enterrados

No descanso da sepultura guardo meu elo antigo

E mesmo enterrado sinto-me perseguido

Medo que assombras minhas entranhas

Minha alma por que me perturbas com a desilusão?

Medo que percorre minhas entranhas

Não leve de mim a paz da canção

Clareou o dia...

Mas não se desfez a noite

E em meio à trovoada rezo ao pai de todas as dores

Santa que desconheço amenizem meus pecados

As culpas esquecidas... Meus mortos já enterrados

Velhas imortais com seus colares dourados

Cantam louvores a eternos principados

Poderes existentes ou não

Amenizem tal escuridão

Pois desce a sepultura mais um esquecido, porém combatente.

Mais um imortal, mas não sobrevivente.

Santa que desconheço amenize meus pecados

Enterrai meus mortos já velados

Som que ecoa na casa vazia levai os prantos

Clareou o dia

Mas não se desfez a noite

Então continuo minha reza ao pai de todas as dores

Para que ao precipício não vá minha alma

nem chegue ao inferno minha causa.

Wal Stone
Enviado por Wal Stone em 06/07/2011
Código do texto: T3078725
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