sopro de vida

estrelas cadentes

me despencam

suavemente

das mãos

de tão leves

de tão tenras

de tão indolentes

que são

envolvidas que estão

em finissimos fios azuis

peressiveis a voz

permissiveis a luz

mais impossiveis

e mais improvaveis

que nós

nuvens branquissimas

nos atravessam delicadamente

os olhos

os rostos

dulcissimas

se dissipam vagarosamente

em desenhos abstratos

deixando um gosto de beijo

em todo nosso espaço

em todo nosso desejo

em todo nosso ceu

enormes montanhas de algodão

espalhadas ao leu

desenhadas a mão

se sobrepujam

a imensidão quieta do mar

nos inunda os sonhos

nos encharca os cabelos

no mais profundo dos vãos

enquanto seco nossos olhos

apago nossos prantos

e pesadelos

afago nossas feridas

num simples gesto

de amor

num singelo sopro

de vida

jose luis lacerda
Enviado por jose luis lacerda em 06/07/2011
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