Sem essa de solidão

Solidão não tem cadeira

Amo, cultivo, não me ausento

Livro-me assim do silêncio

- imposição da solidão

Porque o silêncio imposto

pela asfixia de uma solidão

não me toca, nem me rela

já que a porta aberta

saúda o ar que adentra

espantando a escuridão.

E amo, cativo, cultivo.

Envolvo meus 5 sentidos

na suavidade da emoção.

Arrumo, entôo, desfaço

cama, sala, flores, espaço

- meu corpo em doação.

E a solidão desfeita, sem beira,

não encontrando o sal do alimento

sai em desalento fixando-se no porão.

Que ali se encontre, se ache!

E não tente novamente

fazer-me refém da ausência

- chaga de um coração!