Poema 7

Ainda estou tentando esconder

meu amor por você.

Ainda estou sofrendo, sufocada de amor,

por você...

Ainda sonho como você à noite,

ainda desejo você.

Por que será que eu tento esconder?

E as estrelas da noite sombria

me fazem sentir de novo

um amor que eu tento esquecer.

Ainda outro dia me falaram de você

e eu não pude resistir sem chorar...

Eu sinto que você ainda gosta de mim,

ainda sinto que há uma esperança,

mas, então, nada acontece,

minha alma entristece,

minhas certezas se perdem.

Como eu queria você aqui...

Será que um dia você vai entender?

Tudo isso que eu sinto é tão confuso,

é tão assustador pensar

que não poderei mais te beijar,

e lembrar...

lembrar a todo momento o que passamos,

lembrar você.

Como eu queria você aqui...

pra não ter que sofrer assim,

tentando esconder um sentimento tão forte.

Pra não ter que chorar ao som da guitarra

e me destruir ao som do violão,

pra não ter que ouvir essa música

que você cantava pra mim,

sem saber, pra mim.

Quanta coisa passa pela minha cabeça...

Cara, eu queria poder te encontrar.

Eu sinto saudade,

tanta saudade da sua voz.

Não queria desligar,

pra poder continuar ouvindo você,

mas me faltaram as palavras...

agora é hora de ir dormir,

tentar apagar da mente esse sonho,

parar de sofrer por você.

Mas eu não consigo parar,

parar de cantar aquela música

mal...

aquela música mal...

parar de escrever palavras profanas,

mentiras, enganos,

parar de sofrer...

Somos parte de você, de mim,

não somos ninguém,

você não é ninguém.

Mistura de amor e ódio,

não somos, meu bem,

nós não somos ninguém.

Nem ao menos vejo seus olhos

castanhos como a vida,

a chuva que chove na terra,

que corre pro mar, pro mar...

mar de lágrimas que me fez...

essa noite eu não posso dormir

sem te ver outra vez.

Abismo, love,

me leva lá em cima pra pular,

eu vou voar.

Quem me dera eu estivesse sozinha

pra encontrar você,

quem sabe, no meio da rua,

na parada de um sinal,

um sinal me chamando pra você...

pra você, pra você.

Pára tudo, pára o mundo,

pára a vida sem você.

Pra você, e pra você é fácil

fechar os olhos pra não ver

que, se eu amo, a culpa é sua,

e se eu vivo uma loucura

é pra poder te conquistar.

O sol, hoje, nasceu à meia-noite,

queria me perturbar,

me tirou o sono, me roubou o sonho,

mas não levou você deste lugar.

Quando é que vou parar

de amar alguém tão distante?

Por que o amor é constante,

intrigante, instigante?

Nada pára,

o mundo não espera eu alcançar você.

O sol não esquenta,

a lua não ama,

é por isso que não entende.

Como eu queria você aqui...

maça, uva, caqui,

é tudo confuso em volta de mim,

estou sufocada, é fim...

do dia, da noite, do tempo...

mas eu ainda amo você.

E... eu ainda estou negando,

tentando enganar a todos,

mas não posso me enganar,

que eu só quero é te encontrar,

pra calar, pra amar...

pra ser feliz, cara!

Vê se entende,

eu não vou mais suportar.

Eu vou ligar, vou sim,

e chamar você pra mim...

Não.

Vou te beijar.

E duvido que você também não quer

que eu seja sua mulher.

Pra não ter que ouvir o som da guitarra

e me rasgar ao som do violão,

ouvir sua voz e tocar sua mão,

e cantar músicas profanas

e escrever palavras em vão.