O que pode matar um poeta
Bala de canhão não mata o poeta
Nem fogo ardente e frio congelante
Um raio tem pouca energia pra isso
O peso do oceano é pouco para tal
Distâncias o aproxima de si mesmo
Perda e percas norteiam novos caminos
A própria morte é ínfima para matá-lo
A saudade é o tempo que ele precisa
Nem mesmo um terremoto abala a inspiração
Nem mesmo um furacão o coloca no caichão
O poeta não morre por tempestades ou beldades
A vida que mata muitos, ao poeta é detalhe
Nem seu égo nem meu credo pode matá-lo
Desordem e ética ineficaz são mesmices
O ódio e o desamor são ingredientes ao mestre
Dias e noites são companheiras do sábio
O poeta escreve tudo que vê, tudo que sente
O poeta se inspira se encherga em tudo em todos
O poeta morre e vive ao mesmo tempo ao redor
O poeta ama, odeia, quebra regras a vontade
O poeta é morto quando impedido de escrever
O poeta é morto quando impedido de ler
O poeta é morto quando impedido de ouvir
O poeta é morto quando impedido de lembrar
Morte fisica é nada, mas isso de chorar.
Dedicado ao poeta: JACK AGUEROS