O que pode matar um poeta

Bala de canhão não mata o poeta

Nem fogo ardente e frio congelante

Um raio tem pouca energia pra isso

O peso do oceano é pouco para tal

Distâncias o aproxima de si mesmo

Perda e percas norteiam novos caminos

A própria morte é ínfima para matá-lo

A saudade é o tempo que ele precisa

Nem mesmo um terremoto abala a inspiração

Nem mesmo um furacão o coloca no caichão

O poeta não morre por tempestades ou beldades

A vida que mata muitos, ao poeta é detalhe

Nem seu égo nem meu credo pode matá-lo

Desordem e ética ineficaz são mesmices

O ódio e o desamor são ingredientes ao mestre

Dias e noites são companheiras do sábio

O poeta escreve tudo que vê, tudo que sente

O poeta se inspira se encherga em tudo em todos

O poeta morre e vive ao mesmo tempo ao redor

O poeta ama, odeia, quebra regras a vontade

O poeta é morto quando impedido de escrever

O poeta é morto quando impedido de ler

O poeta é morto quando impedido de ouvir

O poeta é morto quando impedido de lembrar

Morte fisica é nada, mas isso de chorar.

Dedicado ao poeta: JACK AGUEROS

Elton Manoel
Enviado por Elton Manoel em 05/07/2011
Código do texto: T3077974
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