PÁSSAROS DEVEM CANTAR A ESPERANÇA

Quando eu daqui desparecer

No seio desconhecido do tempo que anda

Nem as nuvens, nem as estações, nem a realidade,

Nada haverá de alterar-se

Assim as flores irão se abrir como sempre

E o sol se ainda estiver presente,

Terá seus raios a luzir!

Quando eu partir, enfim,

Nenhum sino tampouco deverá gemer

Pela minha partida, ao contrário,

eles deverão tanger alegres, alvissareiros,

Anunciando os novos sonhos que dançam

Nos sonhos de quem acaba de nascer

Quando eu desaparecer, por fim,

Um vento calmo da tarde

Sem direção e nem pressa

Haverá de lamber a relva e as feridas

Cicatrizar alguma dor que insiste

E secar as últimas lágrimas caídas!

Quando eu me for, afinal

Para onde eu nunca saberei

Tudo deverá estar no mesmo lugar

Exceto os ponteiros dos relógios

Movendo-se nos corredores do tempo

Deixando a rotina da vida escoar!

Quando eu partir, não sei se

Por respeito, ou dor, quem sabe

Os pássaros talvez não cantarão

no lugar onde meu corpo descansa

Porém, seguirão a cantar, por certo,

Em qualquer outro lugar,

Onde quer que haja esperança!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 04/07/2011
Reeditado em 10/08/2024
Código do texto: T3074761
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