PÁSSAROS DEVEM CANTAR A ESPERANÇA
Quando eu daqui desparecer
No seio desconhecido do tempo que anda
Nem as nuvens, nem as estações, nem a realidade,
Nada haverá de alterar-se
Assim as flores irão se abrir como sempre
E o sol se ainda estiver presente,
Terá seus raios a luzir!
Quando eu partir, enfim,
Nenhum sino tampouco deverá gemer
Pela minha partida, ao contrário,
eles deverão tanger alegres, alvissareiros,
Anunciando os novos sonhos que dançam
Nos sonhos de quem acaba de nascer
Quando eu desaparecer, por fim,
Um vento calmo da tarde
Sem direção e nem pressa
Haverá de lamber a relva e as feridas
Cicatrizar alguma dor que insiste
E secar as últimas lágrimas caídas!
Quando eu me for, afinal
Para onde eu nunca saberei
Tudo deverá estar no mesmo lugar
Exceto os ponteiros dos relógios
Movendo-se nos corredores do tempo
Deixando a rotina da vida escoar!
Quando eu partir, não sei se
Por respeito, ou dor, quem sabe
Os pássaros talvez não cantarão
no lugar onde meu corpo descansa
Porém, seguirão a cantar, por certo,
Em qualquer outro lugar,
Onde quer que haja esperança!