UM ANJO

Anjos passeiam pela minha memória

Enquanto um gota de orvalho

Plagia a beleza azul do infinito

Sons e tons

Os enigmas transformados em caos

Fazendo vibrar os instantes

Fecundando a beleza

Na sutileza de um rosto

Lua, estrelas, palavras,

Os pensamentos contraditórios

Embalando os sonhos

Nos instantes fragmentados pela imaginação

O impossível passa a ser uma possibilidade

Tudo deixa de ser incógnita

O instante passa a ser único

A loucura ritmada

Amanhecendo sã em todos os caminhos

Anjos bailam na minha memória

E me ajudam a conspirar

No silêncio da noite

Passeando pela certeza de um outro tempo

Onde os vícios serão santificados

Na hora infinda da solidão

A vida metamorfoseada

Avesso, contradição,esquecimento

Que o anjo desenha

Na memória suicida do tempo.

JOAQUIM RICARDO
Enviado por JOAQUIM RICARDO em 04/07/2011
Código do texto: T3074603
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