Até a xícara andar sozinha
desmanchou
como pó diante do vento
desceu do alto de um soneto
(uma parte ardia)
a outra alagando o chão
o vestido se acomodando no seu terno
e o sofá tão solitário
com a marca do seu corpo
(numa dor que não conheço)
um trem descarrilando
o desejo jaz num biquíni selvagem
na gastura das cores
um chuveiro quente
crema as lágrimas que arrebentam
faz morrer...
perder a referência
da moça que cata palavras
e estranhamente finge igualdade
na parte que traiu
em tragadas lentas
(entocada no desenho da fumaça)
retardando o que não se pode tocar...
Vânia Lopez