Até a xícara andar sozinha

desmanchou

como pó diante do vento

desceu do alto de um soneto

(uma parte ardia)

a outra alagando o chão

o vestido se acomodando no seu terno

e o sofá tão solitário

com a marca do seu corpo

(numa dor que não conheço)

um trem descarrilando

o desejo jaz num biquíni selvagem

na gastura das cores

um chuveiro quente

crema as lágrimas que arrebentam

faz morrer...

perder a referência

da moça que cata palavras

e estranhamente finge igualdade

na parte que traiu

em tragadas lentas

(entocada no desenho da fumaça)

retardando o que não se pode tocar...

Vânia Lopez

Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 04/07/2011
Código do texto: T3074486
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