.aqui.tem.uma.interrogação.

E como posso me deixar levar se ainda não fiz planos.

E como posso querer entender se ainda não dei significado.

E como se planta uma flor sem antes preparar o roçado.

Mas é que foi do dia pra noite.

E eu estava acordada quando julgava dormir.

E você me balançava quando eu aperecia que ia cair.

E como posso me deixar complicar se já ouço aquela canção.

E como posso querer misturar se nossa cor já tem o mesmo tom rosa grená.

E como posso dizer que não, se vejo nascer a emoção.

Mas é como te disse.

Sou cidade planejada.

Com medo de chuva pesada.

Sou agasalho prevenido.

Com receio do resfriado atrevido.

Sou assim.

Não seria diferente.

Nunca.

Talvez nunca, não.

Mas agora.

Ana Maria de Queiroz

04/VII/2011