CRISE DE IDENTIDADE

Quem sou eu?

Um anjo

não, sei que não

brinco com os sentimentos

desrespeito o ser humano

Um demônio

não, sei que não

sou ingênuo

quero apenas amar

quero a afetividade

Sou um santo ou um canalha

quero apenas atenção

e recebo um abraço

ainda que para isto brinco e desrespeito

POR QUE SOU ASSIM?

POR QUE DEIXO DE SER ASSADO, COZIDO OU FRITO?

revejo a minha vida

roubaram-me o que me deviam:

afeto – carinho – abraços

não me notam

querem – não me ofertam

não quero achar bodes expiatórios

sei que tenho responsabilidades sobre meus atos.

COMO SOU?

vazio

não me acho

apenas sinto falta do afeto, carinho e abraços

que me roubaram

que me recusaram

que me faltaram

ao ser anjo,

quero apenas atenção

ao ser demônio,

apenas o sentimento

ao ser santo,

apenas o afeto

ao ser canalha,

apenas os abraços

encontrar-me-ei um dia

terei afeto, carinho e abraço

deixarei de ser o demônio e o canalha

serei apenas anjo e santo

Ah, indagações angustiantes!

Encontrarei respostas em meu caminho?

Quem poderá me ajudar?

Deus

Ou mesmo Eu?

L.L. Bcena, Setembro de 1999.

POEMA 217 – CADERNO: O DESABROCHAR DA VIDA.

Nardo Leo Lisbôa
Enviado por Nardo Leo Lisbôa em 04/07/2011
Código do texto: T3074293
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