(((:::ROUBARAM - ME O CORAÇÃO:::)))

Ruirá na ardósia, o inverno de mansas mãos

em asas pálidas de esperas dum ar ambulante

a oscilar entre avulsos suspiros, brancos vãos

o meu querer a sombra - um voo inquietante!

Fico em mim, fora dos músculos em sol deliberado

numa embriaguez perfeita...tal sentir espreguiçado,

Nome que esculpe os céus - seus altares apaixonantes,

Dobra em meu peito a voz de crepúsculo em ouro viciante

Íntimo rumor na despedida, a certeza do final

a borboleta perdida no meio do vendaval;

Era a minh'alma, dobrada, numa haste inclinada

numa noite apressada, em rosa encarnada

um dia tão lento - uma descrença total!

Vertigem - perdura uma calma de espanto - o chão

vaga imobilidade entre a folhagem -sussurrando escuridão

viver absorto, na luz assombrada - sendo-te solidão

Quem és tu, que me roubaste a paz, a vida e o coração?

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 02/07/2011
Código do texto: T3071737
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