Sou eu quem escrevo...

À alma alinhada... Aos fios da calçada... Aos moinhos de vento...
Os laços desfeitos... As beiras sem contornos...
E, assim, desta forma arredondada, falamos todas nós.

Não sei o que dizer ao asfalto...Ele me chama, fluente lava...

Sou eu quem escrevo...A redondilha flexível e a corrente das sílabas vazias...
Sou eu...Eu... Que deliciei a vida!
Como as palavras são flácidas...Veias e plácidas.

À alma que atormentada pensa ser a única... Aos cabelos ao vento da menina que trançava as ondas... Aos sinos nos ouvidos...Ao Amor mais lindo.
E, assim,  desta triangular serpente, calamos todas nós.

Não sei o que dizer das fibras...Morte e vida... Severinas.

Sou eu quem escrevo o tilintar das luzes... Das velas...Das taças escorregadias...
Sou eu... Eu... Que entorpeci o abraço mais longo!
Como as ruas são vazias... Artes... Hipocrisias.


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