Poema briguento
Meu poema é tão teimoso
que reclama de um tudo
não aceita o obscuro
e rejeita a omissão.
Quando em vez é rejeitado.
Meu poema é trampicola
e difere do bonzinho
muitas vezes passarinho
insistindo em voar.
Vez em quando parte a asa.
E depois como se fosse
tudo simples e normal
o poema dorme em rede
tateando na parede
quer um encontro casual.
Quase sempre chora sozinho, esquecido num canto.
Marçal Filho
Itabira MG