Gravata de seda

A tormenta se agiganta

e caminha de mãos dadas

com o caos.

Vez enquanto encontram no caminho:

-estiletes, paus e pedras-

Nas calçadas vi sujeira,

entre o lixo vi os corpos,

entre os corpos vi as manchas

-Sangue Vermelho Rubro-

De braços cruzados estava,

de braços cruzados fiquei...

Olhei para o alto e na janela,

um sorriso escarninho percebi.

O vento balançava a gravata de seda,

o terno azul marinho se agitou,

inerte a figura me olhava,

e se nada me falou, nada perguntei.

É preciso mais amor

pra elucidar as mentes,

é preciso menos dor

e mais pessoas decentes!

Marçal Filho
Enviado por Marçal Filho em 01/07/2011
Reeditado em 02/08/2015
Código do texto: T3069580
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