Balada noturna
Balada noturna
Sandra Ravanini
Estranho chamado umedecendo a madrugada,
gotas letais, caindo assim, feito uma fria estaca
entranhando a mente, sonhando o fio da faca,
afiando a nota mortal nas mãos ensanguentadas.
Balada noturna na estrada desafinada.
os frios acordes desse caminho enfurecido,
deixando o refrão de fios no peito retorcido
de mágoas tão velhas de uma voz assassinada.
Cantiga de minar praguejando na desforra,
estaqueando a madrugada, soltando a velha água
no sonho letal, assinado por tantas mágoas,
caindo assim, feito gotas da faca que me chora.
Desafinada letra cortando a garganta fria.
tocando a corda mortal desse choro entranhando
no refrão estranho soltando esse velho chamado
umedecido, minando os sonhos sem melodia.
04/05/2011