Parado no Tempo

Parado no tempo, no espaço, no espaço tempo, no tempo do espaço entre dois seres que se amam, se encontram e se deliciam somente em olharem-se nos olhos...

Tempo espaço não nos afaste um do outro, se alie ao vento para espalhar nossa história, fragmentos, cacos, capítulos, próximas cenas...

Espaço tempo seja o nosso amigo íntimo e nos deixe ficar indeterminadamente ligados pelo prazer da presença, da comunicação verbo-corporal...

Pare o tempo, as folhas, o vento nas folhas, a gota de suor, parem as lágrimas, a chuva e o sol...

Parem as romarias, as novenas, as carpidas e os ais...

Parem as danças, os fandangos, os fantoches e mambembes...

Parem as carruagens, a marcha elegante dos cavalos reais, as passadas largas dos soldados do rei...

E então, tudo parou, um clarão, um espaço no meio do tempo...sim é aquí que viveremos, sim é aquí que passaremos nossas vidas, é aqui que nos amaremos sem culpa, sem medo, sem pensar no tempo, no que possa nos desanimar...

Nossos olhares pararam um no outro e é como se tudo realmente tivesse parado e não desejassemos voltar para a sofreguidão.

Paoloalmada
Enviado por Paoloalmada em 30/06/2011
Reeditado em 01/07/2011
Código do texto: T3066695