OFÍCIO DE VATE

Sobre o cimento rústico

espalhava-se como manto

rasteira flor-de-viúva.

Cobrindo o cinzento chão

fazendo alegre arabesco

e transformando-o em santo.

Não se via a terra marrom

de onde brotava a maravilha

do santo milagre.

A flor da cor de uva,

entre vinho, lilás e roxo,

trouxe-me o poema cocho

perseguindo-me o dia inteiro.

Por esta enorme saúva

dei-me por pendido cacho.

Fiz-me da inspiração

escriba e caneta tinteiro

e só assim me livrei deste diacho.

Ruminei isto das seis, quando o sol nascia,

até às dezoito, quando o astro morria, acho.

L.L. Bcena, 18/02/2011

POEMA 275 – CADERNO: CHEGADA NO PORTO.

Leonardo Lisbôa
Enviado por Leonardo Lisbôa em 30/06/2011
Código do texto: T3066261
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