Entre as trevas e a luz...
Me perdi de mim!
Dos meus horizontes, ambições...
Sonhos que ficaram,
Em algum lugar do passado.
Não lembro mais a cor...
Perderam a força, a forma... A hora!
E eu, me encontro perdida agora.
Num tempo em que a ampulheta se deteve.
E a arei empreende caminho contrário.
A razão perdeu o rumo, o prumo...
E me vejo no ermo de minha confusão.
Tendo como companhia essa solidão...
Rarefeito me chega o ar... Não consigo respirar!
A pertinência do momento é tanta,
Que realidade é uma palavra,
Desconhecida do meu vocabulário.
Soa estranha, ao meu entender desbotado,
Letárgico meu estado!
Tenho o coração sem destino.
Um amor, flor em botão,
Insinuava enfeitar...
Antes de acontecer, abortou a magnificência,
De se abrir para o sol...
Por ondas dantesca minha fantasia foi engolfada.
E vago na madrugada fria,
Sozinha e apaixonada.
Buscando guarida nas opacas palavras,
Que flutuam em minha mente,
E insistem em se fazer presentes,
Me negando o alívio do sono... Do sonho!
E descrevo então minha angústia,
No branco deste papel.
Sem compromisso com a rima,
Só com minha sina.
Com o olhar sofrido, perdido no céu.
E aflita me entrego,
A esperança do verso,
E unto com bálsamo minha alma...
Pois sem eles, morreria isolada, neste enorme nada
Que me mantém do mundo ilhada!
Inalando oxigênio rarefeito,
Dificuldade no respirar,
Maior ainda no criar!