Entre as trevas e a luz...

Me perdi de mim!

Dos meus horizontes, ambições...

Sonhos que ficaram,

Em algum lugar do passado.

Não lembro mais a cor...

Perderam a força, a forma... A hora!

E eu, me encontro perdida agora.

Num tempo em que a ampulheta se deteve.

E a arei empreende caminho contrário.

A razão perdeu o rumo, o prumo...

E me vejo no ermo de minha confusão.

Tendo como companhia essa solidão...

Rarefeito me chega o ar... Não consigo respirar!

A pertinência do momento é tanta,

Que realidade é uma palavra,

Desconhecida do meu vocabulário.

Soa estranha, ao meu entender desbotado,

Letárgico meu estado!

Tenho o coração sem destino.

Um amor, flor em botão,

Insinuava enfeitar...

Antes de acontecer, abortou a magnificência,

De se abrir para o sol...

Por ondas dantesca minha fantasia foi engolfada.

E vago na madrugada fria,

Sozinha e apaixonada.

Buscando guarida nas opacas palavras,

Que flutuam em minha mente,

E insistem em se fazer presentes,

Me negando o alívio do sono... Do sonho!

E descrevo então minha angústia,

No branco deste papel.

Sem compromisso com a rima,

Só com minha sina.

Com o olhar sofrido, perdido no céu.

E aflita me entrego,

A esperança do verso,

E unto com bálsamo minha alma...

Pois sem eles, morreria isolada, neste enorme nada

Que me mantém do mundo ilhada!

Inalando oxigênio rarefeito,

Dificuldade no respirar,

Maior ainda no criar!

Observadora
Enviado por Observadora em 01/12/2006
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