O tempo...

Os dias passam...
A cidade cinza engole-me... Envolve-me.
As ruas são escadarias... Longas e indefinidas estradas com degraus.
As folhas já cairam... As árvores sabem conhecer o tempo... Não gemem... Não tremem... Apenas aceitam o cair das sementes.
Fixo o tempo vira-me em giros... Rodopios de lembranças... Quebra de paradigmas...
Escaldantes são as sílabas... E vertem lânguidas e curvas macias.
Em algum lugar do tempo, ainda estamos... Nas linhas tão finas, eu não desenho a sorte.
A cidade abre as luzes que cega eu não via...



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