PEREGRINO
Sozinho com meu puro pensamento,
cantando sob a lua agraciada,
poeta, irmão do rio, irmão do vento,
irmão da ponte sempre atravessada.
Amante sideral da madrugada,
viajante sem rota e sem documento,
vou colhendo a flor do efêmero em cada
eternidade momento a momento.
Espalho poesia pelo caminho,
deixo os frutos a quem quiser pegar.
De vez em quando retorno ao meu ninho,
mas minha vocação é viajar,
ser o mesmo vento que move o moinho
e o que insufla as ondas do eterno mar.