Para os que não me entendem.
Você não entende
Que eu rasgue e remende
As minhas razões todo dia.
Das coisas que falo
E quando não calo
Nas horas que eu não queria.
Eu tenho direitos
Loucuras, defeitos,
A insanidade assassina
Do fundo do poço
Até o pescoço
E mais que você não imagina.
É um modo de pensar
No que sou e não sou
Inconstante?
Incompleto?
Sutil?
Demasiado?
Disperso?
Nem sempre sei o caminho que vou.
Às vezes agradeço
As coisas que esqueço,
Por conveniência e sina.
Mais vale meu gosto
Do que rolar no rosto
A lágrima que não combina
Com tudo que penso
Usando o bom senso
Nas cartas da manga comprida
Que uso no jogo
Pondo a mão no fogo
Naquilo que minha alma duvida.
É um modo de agir
No que dou e não dou
Distante?
Incorreto?
Fútil?
Desprezado?
Sem nexo?
Nem sempre sei o tempo em que estou..