Lua Clara
(Estrada Humana – Otávio Costa)
Nem com o tempo seu destino
Vai me deixar te encontrar
Hora teu reflexo faz comigo
Um belo jogo de luz
Com o pensar retira-me as forças
Que a alma produz
Hospedando na consciência
Discretamente teu brilho
Captura com ar sereno
O valor do agora
A sorte é um abrigo interno
Na morada do coração
Ultrapassa sem sentir
As entranhas da razão
Alegrias, tristezas,
Nobres momentos, belezas
Com amor minha clara lua
Preenches a lacuna que o tempo castiga
Aceleres as conseqüências
Assim posso esticar minha caminhada
Para te dar um abraço
Dessa forma conhecerás o novo
Do velho que tenho comigo
Manobro a solidão escrevendo o que sinto
Não que a vida seja monótona
Ela me castiga com o tempo que não tenho
Para realizar o que o meu ideal sente necessidade
No abastecimento frente à incredulidade do meu pensar
Coloco-me em disputa na minha ansiedade de abandonar
A velha máscara e mostrar como sou tingido
Esquecendo tudo quando da minha bela janela
Encontrar a alegria que o regresso proporciona.