A Vingança da Fogueira
Vingança de uma Fogueira
Há um fogo no meu peito ardendo sem queimar,
Consumindo meus anseios de nessas chamas me lançar,
Trazendo a minha memória lenhas frescas, combustível do desejo,
Tentando-me contra aquilo que luto, e mesmo em luto quero estar !
Sou fogo magoado.
Sou fogo arrependido.
Sou fogo desprezado.
Ardor já esquecido...
Há um fogo no meu peito ardendo sem queimar,
Consumindo meus anseios de nessas chamas me lançar,
Minha cor já não fulgura, por ti se foram minhas chamas,
Labareda sem volumes, não te busco em minha cama.
Já se foram meus desejos que por ti faiscavam zelos,
Foi-se o tempo em que dizia, olha que linda a fogueira brilha !
Foi-se a hora em que ditava, olha que linda fogueira amada !
Foi-se o fogo, foi-se a brasa.
Foi-se tudo, sobrou nada.
Há um fogo no meu peito ardendo sem queimar,
Consumindo meus anseios de nessas chamas me lançar,
Cinzas não revivem chamas. Pó apenas pra sujar
Ocupam espaço indesejado, nem pra fogo alimentar.
Se fogueira quero ser e desejo assim viver.
Lenha Nova eu preciso, pois queimar eu necessito.
Fui fogo magoado.
Fui fogo arrependido.
Fui fogo desprezado.
Ardor já esquecido...
Hoje queimo intensamente
Ardendo lentamente
Em tua saudade reprimida.