SE EU FOSSE MESMO UM POETA...

“O que é escrito sem esforço em geral é lido sem prazer.”

Jonhson, Samuel

Se eu fosse mesmo um poeta,

poesias surgiriam de mim pelos poros,

leves e desembestadas feito cachoeiras...

E, eu, de cada uma lambiscaria um pedaço,

e, após, ainda me sobejaria um verso novo e lindo.

Se eu fosse mesmo um poeta,

poemas e poesias deparavam comigo

pelas avenidas, vinham rolando iguais a

folhas secas veem no vento, e diriam assim:

é com esse que eu vou. E, viriam e aqui ficariam.

Se eu fosse mesmo um poeta,

meus risos seriam poemas harmoniosos

e meu olhar iluminaria vocábulos comuns,

que tornariam versos na boca de doutos e cultos,

por fim, melodia na noite fria dos cantadores de rua.

Se eu fosse mesmo um poeta,

o orvalho da madrugada deitaria era em mim

e do arco-íris eu seria a oitava cor que cintilaria;

dos meus amores brotariam poesias espetaculares,

que ficariam armazenadas nos corações sentimentais.

Se eu fosse mesmo um poeta,

aliviaria minha sede de verso na mina

do peito meu, faria da água salga, fino licor,

e a dor que eu carrego faria esvanecer nos finos

sulcos dessa pena que sofre e se contorce para versejar...

Se eu fosse mesmo um poeta...

não transpiraria assim para criar um poema!

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 27/06/2011
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