Sob a Chuva
Na realidade inexistente fiz morada
e diante da solidão em presença
suspendi a minha oferta...
Calei-me, querendo falar mais alto,
desejando um destino
ou a declaração mais certa...
Sob o manto do tempo
recebi em minha pele a chuva que molha
misturando lágrimas e sorrisos
num entendimento etéreo
que ainda me olha...
A noite teve muitas bocas,
de um dia que não pôde falar,
enquanto os olhos gritavam um poema não escrito...
Então anulei os desejos, recolhi toda espera,
e sacudi a esperança
da barra do meu vestido...