CHUVA EM CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA

O vento impetuoso arrastando tudo à sua frente.

Levantando a poeira num redemoinho louco.

As pessoas chocando-se com o que está a sua frente, as árvores, prestes a serem arrancadas, balançando num frenesi ensurdecedor, gemem no arrancar de secas folhas.

A poeira subindo, trazendo detritos e sujeiras, tornando quase impossível a visão.

O ar torna-se sufocante...

Os trovões e os relâmpagos denunciam a vinda da chuva.

Ela chega em grossos pingos, como se fossem pedras no corpo.

Pessoas correm para um lugar seguro, e ela jorra com toda a sua força.

Nas casas, invade sempre seguindo o vento que abre portas e janelas mal fechadas, e em cada fresta, penetra lavando, jorrando suas águas.

Lava telhado, as ruas, as árvores, as pessoas, numa rapidez devoradora.

Chuva, chuva em Conceição do Araguaia.

Alguns minutos duraste, não sei que extensão chegaste, mas nesses minutos conseguistes movimentar a todos.

E agora, assim como vieste, fostes embora.

Há somente o barulho das águas descendo os telhados, os pingos que caem das folhas, a terra molhada, e mais que tudo, esfriaste o tempo e amainaste este calor insuportável.

Conceiçâo do Araguaia, 18h40

Obra: Gotas

Angela Pastana
Enviado por Angela Pastana em 26/06/2011
Código do texto: T3058068
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