O OUTRO DE MIM
Carrego no olhar um pesar silencioso.
Não sou melancólico nem risonho.
Sou uma dor que possui perna e
que se lançou na arena da vida...
Carrego no olhar um pesar silencioso.
Carrego sobre os lombos o passado
e o presente. Trago-os atrelados
no alforje dos meus desenganos.
Carrego no olhar um pesar silencioso.
O mais terrível é ter de enfrentar
o outro de mim que há em mim.
Um fraco que se finge um forte!
É por este duelo interno que carrego
no olhar um enorme pesar silencioso.
Como dissimular os meus medos
na hora de batalhar bravamente?
Aonde esconder os meus temores
dos meus muitos admiradores?
Daqueles que me consideram
um homem forte e audacioso!
Carrego no olhar um pesar silencioso.
Coseram em mim essa aflição.
Deve ser alguma experiência
científica que logo se findará.
Carrego no olhar um pesar silencioso.
Quem me vê nem percebe o peso que
trago nos ombros. É que aprendi bem
a colorir o desbotado que a vida tem!
Carrego no olhar um pesar silencioso...