Assim como os ratos

Um rato de laboratório

Nunca imagina seu destino

Assim ele fica feliz

Com seus criadores

E se sente como um filho

Bonito, grande e gordo

Se seus irmãos da rua o vissem

Morreriam de inveja

Perambulando pelos esgotos

Não tem nada de bom

É, a rua é tão perigosa

Mais um dia o ratinho se vai

Tudo em prol da ciência, aleluia

E seus irmãos do esgoto permanecem

Comendo o lixo dos cientistas

Ratos devorando ratos

Ou humanos devorando humanos

Mais um dia os ratos de rua

Também morrem

É o ciclo da vida

Onde o fim é igual

Pros ratos cobais de laboratório

E pros homens

Cobaias da vida.

Anderson Gomes dos Santos
Enviado por Anderson Gomes dos Santos em 25/06/2011
Reeditado em 11/07/2011
Código do texto: T3056656