RODAMOINHOS DE IDÉIAS

RODAMOINHOS DE IDÉIAS

Onda do mar na areia morreu.

Raio do sol na nuvem escondeu.

Grito de bem te vi calou, morreu.

Beijo escondido no escuro breu.

Tudo secou entre as cabeçadas.

As siamesas foram separadas.

O guarda chuva voa tão distante.

A nuvem não era algo irradiante.

E o sonho acabou sem razão.

Gritando vejo passar o avião.

Chove no sim do casamento.

Triste, gargalho a todo o momento.

Não quero mais ver as pirâmides do Egito,

Desisti de conhecer a África e o seu mito.

Não acredito no amigo Saci-Pererê.

A música feliz acabou para mim e você.

A minha mão secou sem o carvão.

Meu apartamento ruiu sem perdão,

No andar sobrou uma sombra na parede.

Meu sonho morreu deitado na rede

E no lugar veio o inferno a entreter.

Lembro do cadilac que queria ter.

Os verbos são conjugados no passado.

Sou pássaro silvestre engaiolado.

Borboleta no vidro de maionese.

Socorrer a todos já foi uma tese.

Estou sem ar respirando pelas frestas.

As migalhas perdidas nas florestas.

Meu escafandro a muito enferrujou.

Não quero mais me vestir para o show.

Agora me resta afogar lentamente,

Agora me resta matar a flor brutalmente,

Agora me resta criar espinho,

Resta ser forte e ser sozinho.

Vou dar a mão e erguer o diabo,

Vou puxá-lo ao bem pelo rabo

E cantar hinos de louvor a Deus

Pois ambos o amamos, Adeus.

Acabamos caídos e estamos sem luz.

Pedimos perdão ao Senhor da cruz.

André Zanarella 25-04-2011