Válvula

Euna Britto de Oliveira

www.euna.com.br

Chega uma hora em que oração só não dá.

Aí é que entra a poesia,

Essa que é o repouso dos que viram demais

As mesmas coisas que todo mundo vê,

Só que com outros olhos...

As saídas humanas são tão trancafiadas

Dentro dos milênios e dos territórios...

Prefiro a sabedoria divina, que rasga o véu do tempo

Para um infinito perfeito,

Onde não existem mais países,

Mas o Universo e suas galáxias,

Com o Sistema Solar e seus planetas,

Inclusive o nosso:

Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno, Plutão...

(Minha Velha, Traga Meu Jantar: Sopa, Uva, Nozes, Pão...)

Um pé de umburana no solo,

A Sagarana no colo,

Ausência de protocolo...

Porteira nova de fazenda,

Parteira velha aparando crianças,

Homens antigos amparando mulheres...

Por detrás das grades,

Pais de família presentes, passados e futuros,

Culpados e inocentes...

Recém-nascidos sem dor de dente,

Mas com fome urgente!

Ah, Terra velha e nova!

Que dia é o dia dos peixes?

E a desova?...

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 30/11/2006
Código do texto: T305383