Beleza morta

De repente, me deram de presente a miséria da rejeição

Na hora gritou meu coração e em carniça se fez minha alma

Olhei em volta e os meus se enojaram de mim,

Para longe dos normais eu me escondi...

Então bebi o cálice da solidão e briguei com meus pensamentos

Até restar somente lembranças de flores regadas com lágrimas minhas

Prometi lutar e não dormir na mesma cama que um dia me prendeu,

Para longe dos normais eu me escondi...

Sobrou-me o frio daquelas noites eternas e o gosto do desprezo

Passou-se o tempo e com ele a esperança

De encontrar o calor de um coração em que se passasse igual tormento

Estava lançada a batalha,

No meio dos normais me escondi...

Vi que pelos olhos se conquistam as consciências dos fracos

E que se vendem pela beleza morta apresentada numa tela

Invertem-se valores tão belos

Bem quisto é viver de mentiras e de imagens...

Alegre estou por saber que outros não se enganaram

Os dias irão e com eles lutarei

Até morrer

Aí sim estará cumprido

O desígnio de meu coração:

Que é não se entregar pra minha luta não ser em vão...