Agonia.

Tiveste do meu canto minha prece

Silêncios desta voz que não se cura

A dor que vem de nós e que censura

Dá forma quando o espanto acontece.

Viver além do canto que padece

Na busca pela foz desta tortura

O espelho tem o algoz por quem procura

A luz abre seu manto e anoitece.

O sol que não se dobra ruma ao norte

A sombra pode ser como um alento

A causa desta dor cobra ao mais forte

A dor faz renascer este lamento

O corpo quer tal obra que o conforte

E um grito faz saber deste momento.