Miragem
Esther Ribeiro Gomes
Escrevo diante da janela aberta.
Minha caneta é cor das venezianas:
Verde! E que leves, lindas filigranas,
desenha o sol na página deserta!
(Mario Quintana)
Diante da janela aberta,
meus olhos passeiam entre as árvores
e me encanto com a paisagem
que vislumbro entre as folhagens...
Tanta beleza será miragem?
Escondido entre os galhos, avisto um ninho,
onde se aconchegam pequeninos passarinhos,
à espera do alimento que a mãe foi buscar...
Uma borboleta amarela, pousa na janela
e me convida a meditar...
Nesta paz que a natureza me traz,
pego minha caneta lilás
e transformo essa magia em poesia,
para colorir as horas cotidianas...
Se deixasse esse instante passar,
seria uma poeta doidivanas!
Ah, Quintana, meu poeta preferido,
em tua simplicidade és tão querido!
Teus doces poemas me encantam,
e fazem minh’alma carente voar,
junto aos passarinhos que soubeste amar!