POEMA DE ALTURA NAS ALTURAS- José Ribeiro Zito & Maria Thereza Neves
POEMA DE ALTURA NAS ALTURAS
José Ribeiro Zito
Se eu algum dia descuidado ressuscitar,
Haverá de ser na corola dos teus olhos.
Talvez num dia em que o sopro do vento
Rasgue em vôo planado a brancura das alturas
E espalhe as luzes das cores do teu sorriso
Como se fossem pétalas sem tempo.
Tão disseminadas assim de brilho
Brilharão sem voz a luz nos meus
Nestas nuvens que se formam
Numa ilha de memória alta encantada.
Então poderei repousar mansinho
Na elevação do colo de qualquer deus
Ou simplesmente como um anjo
Com os teus olhos emprestados.
Mas que será da luz refletida?
Ficará embebida nos meus com a dos teus
Suspensa na imensidão do céu
Lá onde as vozes de silêncio do sonho
Ganham as asas da cor da aventura,
Se eu algum dia descuidado ressuscitar
Terá de ser a descolar para a retina
plantada no centro de gravidade dos teus olhos
Pra nessa pista de luz aterrar nas alturas.
&
POEMA DAS ALTURAS
Maria Thereza Neves
Na altura das alturas
se algum dia eu acordar
navegarei nas ondas das tuas ondas
nos sonhos do teu olhar para aportar.
Se o tempo der tempo e me deixar
hei de conseguir romper a casa das mil portas
ir até o fim de todos os horizontes
em sorrisos nas asas poesia
e a te dedicar meus versos.
Pelo caminho das nuvens
vou recordando antigas canções -emoções
sempre com plumas e flores nas mãos
encantando visões, paisagens
dos nossos verões.
Te esperarei no topo do mundo
com os lábios cheios de versos e beijos
na estrada vou semeando esperanças
plantando a saudade do amor.
Diga-me as palavras que quero ouvir
para meu coração explodir
não mais sangrar
secando a fonte das minhas lágrimas
que jorram em cascatas.
Se algum dia
nosso dia realmente existir
o luar-olhar ultrapassar montanhas
nossos sonhos juntos voarem
eternizando almas-pensamentos
em um novo céu de estrelas
viveremos o amor alem da vida.
29/11/06
Portugal&Brasil