Flor Selvagem

Desabrochou uma deusa

Trejeito de nobreza

Vagueou ao léu...

Chovia...

O corpo nu refletia,

no espelho do asfalto

Ainda, uma luz peregrina

iluminou seus passos

Vestida de alegria

Sôfrega de prazer

Espírito notívago

Como poeta fantasiou sonhos

Encantada com os segredos da madrugada,

abraçou a orgia,

sem ver a luz do dia

E, no submundo, imundo submergiu...

Adormecida na ilusão...

Deixou de ver a aurora cor-de-rosa

Perdeu o pipilar dos pássaros

Não viu a dança das flores

Não ouviu o farfalhar do vento

Tornou-se amante da noite

A virtude desvirtuou...

E, sua vida profanou!

A alma mergulhou numa voragem

Adoeceu de solidão...

Lágrimas gotejavam do coração

A dor no peito aflorou

Amanhecia...

O sol raiou sorrindo

Mas, a face alabastrina,

da doce menina foi sepultada,

por um cortejo de anjos...

magda crovador
Enviado por magda crovador em 23/06/2011
Reeditado em 22/08/2017
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