Flor Selvagem
Desabrochou uma deusa
Trejeito de nobreza
Vagueou ao léu...
Chovia...
O corpo nu refletia,
no espelho do asfalto
Ainda, uma luz peregrina
iluminou seus passos
Vestida de alegria
Sôfrega de prazer
Espírito notívago
Como poeta fantasiou sonhos
Encantada com os segredos da madrugada,
abraçou a orgia,
sem ver a luz do dia
E, no submundo, imundo submergiu...
Adormecida na ilusão...
Deixou de ver a aurora cor-de-rosa
Perdeu o pipilar dos pássaros
Não viu a dança das flores
Não ouviu o farfalhar do vento
Tornou-se amante da noite
A virtude desvirtuou...
E, sua vida profanou!
A alma mergulhou numa voragem
Adoeceu de solidão...
Lágrimas gotejavam do coração
A dor no peito aflorou
Amanhecia...
O sol raiou sorrindo
Mas, a face alabastrina,
da doce menina foi sepultada,
por um cortejo de anjos...