Da importância nenhuma
Todo dia ouço um grito
que não sei de onde vem,
meu olhar, já tão embotado,
não é mais o mesmo.
Todo dia o caminhar das horas
não significa nada,
relógios nem sempre
pressagiam só o mal,
mas meu olhar tão embotado
não é mais o mesmo.
Todo dia vem uma voz
e diz no meu ouvido,
faça alguma coisa.
Vozes desconhecidas
nunca foram bem vindas,
o olhar embotado,
mesmo se quisesse,
não distinguiria.
Eis que é tempo de ouvir
passarinhos,
de ouvir cigarras,
e de catar coquinhos...
Não me importo,
você se importaria?
Azar o seu!