Papel de Gaveta

Distraidamente dei com os olhos

na gaveta entreaberta,

estava ela, esquecida num canto.

O papel ali, eu vi dobrado

amarfanhado e amarelado

pelo tempo.

Um início de poema pude ver

e sem saber,

percebia novo enredo.

É que o amor

naquela dobra do papel,

já foi passado,

não tinha mais sentido.

O tempo vai e a vida fica

pendurada,

tão desgastada

e desprovida de arranjos,

quando pensamos

que tudo, já se resolveu,

novo sentido aparece

assim do nada.

E o poema do enredo do passado,

totalmente é mudado,

para outra namorada!

Marçal Filho
Enviado por Marçal Filho em 23/06/2011
Reeditado em 22/09/2024
Código do texto: T3051769
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