Papel de Gaveta
Distraidamente dei com os olhos
na gaveta entreaberta,
estava ela, esquecida num canto.
O papel ali, eu vi dobrado
amarfanhado e amarelado
pelo tempo.
Um início de poema pude ver
e sem saber,
percebia novo enredo.
É que o amor
naquela dobra do papel,
já foi passado,
não tinha mais sentido.
O tempo vai e a vida fica
pendurada,
tão desgastada
e desprovida de arranjos,
quando pensamos
que tudo, já se resolveu,
novo sentido aparece
assim do nada.
E o poema do enredo do passado,
totalmente é mudado,
para outra namorada!