Castelinho de areia

Tenho a alma de uma menininha

que ainda consegue pôr os dedos dos pés na testa.

E fica contente com presentes

mesmo sem saber o que é.

Sou livre como uma menininha

que constrói castelos de areia

e nem repara na maré.

Conto degraus, rio sozinha.

Sou uma criança:

vejo políticos como engravatados

gorduchos

que falam besteiras

de um jeito bonito.

Eu minto

escondendo nas costas

e estampando na face.

Eu choro

e choro de verdade,

choro de dar dó.

Mas passa já, já.

Tão logo estou eu com meus brinquedos

que me entretém mais que a dor.

Eu grito de felicidade,

mesmo quando estou só.

Brinco de ser mulher,

brinco de ser séria.

Entro nesse jogo que todo mundo joga.

Só que não sei direito

as regras.

Alessandra Martins
Enviado por Alessandra Martins em 29/11/2006
Reeditado em 01/04/2008
Código do texto: T305150
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