Castelinho de areia
Tenho a alma de uma menininha
que ainda consegue pôr os dedos dos pés na testa.
E fica contente com presentes
mesmo sem saber o que é.
Sou livre como uma menininha
que constrói castelos de areia
e nem repara na maré.
Conto degraus, rio sozinha.
Sou uma criança:
vejo políticos como engravatados
gorduchos
que falam besteiras
de um jeito bonito.
Eu minto
escondendo nas costas
e estampando na face.
Eu choro
e choro de verdade,
choro de dar dó.
Mas passa já, já.
Tão logo estou eu com meus brinquedos
que me entretém mais que a dor.
Eu grito de felicidade,
mesmo quando estou só.
Brinco de ser mulher,
brinco de ser séria.
Entro nesse jogo que todo mundo joga.
Só que não sei direito
as regras.